ele. Um abordar biográfico daquele(s) que não se conta(m), e, por vezes, nem se sabe(m): a história d’ele – a ser tantos e nenhum. Um poema-livro (ou uma crônica, também) sobre o viver de um cidadão comum, preso a flutuar sobre seus dias e lugares, inerte ao próprio destino, dito e visto em/como terceira pessoa.
Numa teia de influências e experimentações, o livro se embaralha entre verso, prosa e insights cênicos. Articula-se numa arquitetura epopeica de clássicos ocidentais junto ao hibridismo de movimentos artístico-literários desses dias (e de sempre), em tentativas poéticas vezes seca, em tom quase ‘apoético’, vezes humorado, vezes inerte, vezes lancinante, vezes qualquer-coisa, no buscar tangente do encontro ele/eu. E assim (mais uma vez): o sertão (cravado também na urbe), ainda mais pulsante, puramente verborrágico, e em carne-osso.
Foi premiado como melhor livro de POESIA no Prêmio Mozart Pereira Soares da Biblioteca do Estado do Rio Grande do Sul em 2022.